São Paulo, 23 de julho de 2023
Começar… Este é o grande desafio de toda ideia. É no impulso para a ação que a maioria das boas intenções humanas param e não saem do papel. Mas quando damos um passo na direção que acreditamos, criamos um campo de força capaz de carregar outros conosco, inspirados e motivados pelo nosso agir. Acredito que é dessa forma que nossa pequena atitude pode mudar o mundo. O espaço colaborativo digital do Instituto Neuen é um desses passos na direção que acredito ser correta e em congruência com um dos valores que cultivo diariamente em minha vida: deixar esse planeta um pouco melhor do que o encontrei quando cheguei aqui!
Por isso, eu e Cristian decidimos criar um ambiente que reúna pessoas que estão comprometidas em gerar impacto socioambiental positivo em qualquer área de atuação. Queremos ouvir suas dores, desafios e sucessos; assim como, também, aprender com suas experiências pessoais e profissionais.
Particularmente, penso que, ao ouvir histórias de outros, algo também se movimenta dentro de nós e que, assim, ativamos o espaço do sentir, podendo pensar sobre nós mesmos e refletir sobre nossas atitudes. É nessa troca onde acredito morar o caminho da transformação coletiva, que começa individualmente, mas que, ao conectar pessoas, ganha uma potência ilimitada.
Sempre gostei de reunir pessoas para celebrar a vida, mas agora quero reuni-las para preservá-la. Essa tarefa não está apenas nas mãos de empresas e órgãos públicos, há uma parte que cabe a cada um de nós e quero abrir espaço para falar sobre nossa parcela de responsabilidade para o futuro que almejamos enquanto sociedade e planeta. Acredito que, realmente, nossos privilégios são do tamanho das nossas responsabilidades e que podemos caminhar para uma sociedade mais justa por meio dos pequenos atos de fraternidade.
Quero desmistificar a ideia de que fazer atos sociais ou ambientais estão unicamente ligados ao fato de doar dinheiro, mas que tais atitudes falam de preservar aquilo que é nosso, nossa casa hoje e no futuro, pensando naqueles que deixaremos quando partirmos. Portanto, se é nosso, é também nossa responsabilidade cuidar dele. E isso sempre varia dentro de nossas possibilidades em determinado momento da vida. Às vezes, isso até pode se referir ao dinheiro em si, mas, na maioria das vezes, pode ser representado por uma iniciativa, por um tempo pessoal dedicado a uma causa ou um dom colocado a serviço da comunidade e, principalmente, por pequenas escolhas em nosso dia a dia que vão de encontro a esse futuro ideal. São tantas as possibilidades, tantas as necessidades…
Ainda, de maneira paradoxal, nossa doação para o mundo, que, de certa forma, poderia ser considerada uma subtração, converte-se em dopamina, conhecida como o “hormônio da felicidade”. Estudos sobre felicidade revelam que um dos fatores-chave para o bem-estar é dedicar atenção e paixão em benefício de outras pessoas, em vez de focar exclusivamente em preocupações individuais. Parece mesmo que o nosso eu descobre significado e felicidade ao se juntar a um nós. Quando agimos com nosso coração e fazemos algo que não seja em benefício próprio, atingimos a verdade de cada um que se depara com essa ação, e o resultado é sempre surpreendentemente maior do que poderíamos imaginar.
Como profissional intimamente ligada ao autoconhecimento e educação, partilho da ideia de que é ao conhecer a nós mesmos que podemos fazer escolhas mais conscientes e de acordo com nossa verdade interior. Eu acredito que todo ser humano, praticamente sem exceção, carrega algo bom, belo e verdadeiro dentro de si e que essa é a verdadeira natureza humana. Quando vemos atitudes as quais julgamos erradas ou inaceitáveis, penso que elas são fruto do grau de consciência ainda limitado daquele ser. Assim, escolhi trabalhar nessa seara – a de levar reflexões e estimular perguntas que levem o indivíduo a se questionar e a “acordar” aos poucos.
Certa vez, ouvi uma história sobre o caminho do autoconhecimento que ilustra bem minha proposta de trabalho, a qual colocarei a disposição para o mundo por meio desse espaço colaborativo:
Imagine que você e outras pessoas vão fazer uma viagem em um lugar muito especial e maravilhoso para um passeio em grupo, mas chegam tão tarde na casa onde vão se hospedar que todos vão dormir assim que chegam. Mas você está ansioso para o dia seguinte e, portanto, é o primeiro a acordar. Mas começa a ficar impaciente vendo pela janela a beleza do dia e percebendo que os outros ainda dormem. Nesse momento, você tem duas escolhas: uma é ficar de mau humor e reclamar até a hora que alguém resolva aparecer e contaminar cada um que acorda com seu estado de espírito, ficando, assim, cada vez mais irritado e perdendo o dom de apreciar as belezas as quais vai se deparar no passeio em seguida. A segunda opção é você começar a procurar os itens para o café, desembalar as comidas que trouxeram, montar a mesa e, com o aroma do café e sua disposição interior, ser um convite suave e agradável para que todos sejam contaminados pela sua alegria interior.
Minha ideia aqui é ser esse convite respeitoso e amigável dentro do seu tempo. Para que, aos poucos, você possa acordar e ver a paisagem sublime que está disponível diariamente para nós a cada abrir de olhos todas as manhã e, inspirado por tal beleza, possa ser convite para mais outros tantos.
Seja bem-vindo a nossa casa e sinta-se convidado para ficar e compartilhar suas ideias também! Queremos promover discussões que movimentam perguntas e geram novas ideias de pensar, perceber e agir no mundo.
Camila Capel
Comente, queremos ouvir você.
Acreditamos que a troca é fundamental para evolução da nossa consciência.
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Camila,
Estou encantada com sua proposta. Também sou educadora e psicopedagoga. Acredito que podemos muito com amor e empatia.
Quero conhecer mais sobre esse trabalho e me coloca a disposição para trocarmos ideais.
Muito obrigada.
Angelica, agradeço a mensagem e o apoio. Muito bom saber que pessoas interessadas em educação reconhecem a importância do amor como pedagogia. Por ora, a ideia é colocar a voz para falar abertamente e discutir temas e ideais encontrar ecos, como o seu. Meu sonho é que isso tome forma de projeto maior, o que, individualmente, hoje faço a partir dos meus canais de comunicação (rede sociais e site). Acredito que falar sobre uma educação com base no autoconhecimento seja a forma de levar a possibilidade individual para que cada pai/educador faça a diferença com a criança sob seus cuidados. Um tabalho de forminguinha, como o de todo educador, e que convido aquel que se identifica a multiplicar na escala ao seu alcance. Se esta pequena iniciativa tiver tiver êxito, posso continuar com o objetivo de alcançar mais pessoas de forma mais estruturada. De qualquer forma, seu contato fica conosco e mantemos esta conexão! Um forte abraço, Camila